domingo, 10 de maio de 2009

Fim de Festa

Eu cheguei em casa e a porta estava fechada por trava, trava é o termo discreto para as barras medievais que fecham a porta de casa por dentro.
Liguei no telefone de casa e a minha mana abre a porta. Era quase 6 da manhã de domingo. Coloquei minha bolsa no sofá e fui lavar o rosto no banheiro. Enquanto me lavava ouvi um barulho, percebi que a minha irmã havia jogado todas as minhas coisas que estavam na bolsa no chão.
Juntou tudo e jogou a minha bolsa no meu armário no quarto, me puxou para a sala.
__Eu sei de tudo. Eu sei que você anda se prostituindo para pagar seu vício por drogas pesadas. Eu nunca vejo o seu dinheiro, você nunca compra nada, nem roupas pra você, nunca arruma um namorado.
Eu fiquei em estado de choque. Como ela poderia pensar algo assim de mim?! A última festa que eu havia ido foi na formatura dela em janeiro, eu ganho mau, ninguém tem que ver dinheiro meu, havia 40 reais na bolsa pra pagar o táxi mas eu vim de ônibus mesmo, eu só havia tomado água e refrigerante na festa pq eu estou tomando remédio.
Estendi meus braços e disse:
__Pode olhar aqui se tem alguma droga, você é médica, olha em mim pra ver se eu tenho algum sinal.
__Sua imoral, você quer matar seu pai.
Chantagem emocional, as pessoas de minha familia são ótimas nisso.

A tarde ela pegou o ônibus de volta a cidade que ela trabalha. Naum é a primeira vez que eu ouço algo parecido, certa vez estava fazendo um teste para trabalhar numa grafica, só que naum havia dito pra minha mãe, pq ela sempre tinha mania de ir no meu novo trabalho perguntar o quanto eu estava ganhando. Como eu saia sempre bem vestida e maquiada, ela me acusou de estar me prostituindo a sorte é que eu havia dito sobre o trabalho ao meu pai. Saí da grafica no dia seguinte.

Eu nunca me droguei, mas minha família sempre diz que sim. Acho isso muito triste, por mais que eu fale o que eu estou fazendo eles nunca acreditam.

Eu desejo que ela pessa desculpas.

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