Decisões pós-modernas decadentes

Este ano tem sido muito "punk"pra mim. Só faltou apanhar de corrente.

Me roubaram o celular esse mês, um vida-loka de treze anos segurando uma 22, dane-se o celular, fiquei mais preocupada é com o processo de criação de um delinquente. Fiquei lembrando da coordenadora do colégio falando, "pq nóis roba pra podê comê, pra num passá fomi, e usá droga pra passá a tristeza, pq o governo num óia pra nóis". Ficou repetindo a cena desta suposta graduada falando essas asneiras para as crianças.
Fiquei me culpando por estar chegando tarde em casa.

Estou aliviada por naum ter mais que ir à aquele lugar, a faculdade. As vezes choro de raiva só de lembrar daquele lugar, choro de espumar a boca, faltar ar. Vai entrar na minha lista de lugares que naum quero mais voltar, como o cursinho. No meu trabalho as vezes vejo alguns fantasmas, colegas que vão lá.
Virei uma decadente vendedora de equipamentos de informática que está com os dias contados para bater as metas. Eu naum me perdoo por ser tão falha. As pessoas da minha família nem dirigem a palavra a mim. Meu pai perguntou quando eu vou receber meu primeiro ordenado, para naum ter mais que me ajudar no Vale-transporte. Quiseram me dar só uma passagem de ida pra SP, pra se livrarem de mim, num trabalho de digitadora justo pra mim que tenho LER.
Me sinto que se tivesse faltado alguma coisa no aprendizado de vida, como se eu tivesse parado na adolescencia. Eu tenho medo de estagnar assim.
Naum virei artista, naum tenho nem mais criatividade.
Naum tenho um diploma e estou com medo do Enem.